terça-feira, 16 de dezembro de 2014

anseio

O silêncio das palavras que você precisa ouvir, da voz que te faz prosseguir, é o som que te ensurdece.
É o som do talvez, do quem sabe?, o som da dúvida.
O som que te angústia, te exaspera e te tira o sono.
Noites em claro, afundado no silêncio desesperador, que em nada te acalma, em nada te traz paz.
Silêncio que te faz olhar em volta, no quarto escuro, e só ver incertezas.
É tão difícil verbalizar, dizer, falar, me acalmar, me dar quietude? É? É.
Abre essa boca linda, essa boca doce e usa tua voz que é sempre baixa e suave.
Diz tudo o que cansei de adivinhar sozinha, pelos teus olhos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

essência

Disse que mudaria.
Não mudou.
Que seria diferente.
Não foi.
Que seria bom. Bom para nós.
Foi doloroso como sempre.
Pessoas não mudam.
Não adianta jurar, prometer, ajoelhar e erguer as mãos aos céus.
Mesma que insista, vai dizer sim pensando em não.
Vai calar, querendo gritar.
As discordâncias vão descer rasgando a garganta e ainda assim vai sorrir.
Mas uma hora isso tudo sufoca, agoniza e explode.
O grito, a discórdia, a intolerância e todo o resto fazem parte de você.
Está no seu corpo inteiro. 
Em cada poro. 
Pelas entranhas.
É o seu ser, sua natureza, sua índole, seu espírito. 
Sua essência dura e cruel.