domingo, 12 de agosto de 2018

Uma crônica sobre intimidade

Era sexta-feira a noite e o clima não era dos melhores: eu tinha acabado de passar por uma tentativa de assalto. Ele foi me buscar, onde eu tava abrigada depois do susto. Me levou pra jantar, me acalmou, me levou pra casa. Me esperou tomar banho e deitou comigo.
Passado o susto, estávamos rindo do ladrão que ainda teve a audácia de me chamar de burra. Sinceramente...
Conversamos sobre muitas coisas, sobre nada importante. Nos abraçamos e nos beijamos.
Os beijos começaram a arder e não demorou para que começássemos a transar.

Ora, porra! Um casal que transa, né?!

Sem detalhes até aqui, babies!

Lá pelas tantas, senti que meu corpo não respondia do jeito que eu queria que fosse. Talvez ainda fosse a tensão pelo susto. Pedi para pararmos pois não me sentia bem. Ele foi me buscar um copo d'água e depois nos deitamos novamente. Conversamos mais um pouco e, quando me dei conta, estávamos os dois nus, cada um com o seu respectivo celular: eu mostrava um vídeo de gatinho pra ele e logo em seguida ele me mostrou um vídeo de um quase gol num jogo de futebol.
Comentei nossa situação e rimos.

Nossa intimidade é tão gostosa, tão leve... Penso que não conseguiria fazer as mesmas coisas em qualquer outro relacionamento. Somos cem por cento honestos conosco perto um do outro. Não há fingimento, nem pose, nem disfarces e máscaras. Falamos de sexo na hora no almoço e de cocô depois do sexo... Compreendo que não é todo mundo que tem estômago, mas acho que é mais que isso.

A intimidade do meu quase casamento é uma das melhores partes dele. Se eu tivesse de listar cada situação no mínimo cômica, nunca mais seríamos vistos com os mesmos olhos. Ou talvez não. Quem conhece a gente, mesmo de longe, é capaz de nem se surpreender. Se a gente não se esconde um do outro, imagina da sociedade!