quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

de ti

Ah, meu bem

Se soubesses que, de ti, o que mais me faz falta é o que eu nunca tive.
É teu carinho antes do sono
É teu amor pela manhã
É teu beijo de bom dia
Teu afago em dia de chuva
Minha foto que não está na sua carteira
Tua mão que não segura a minha na calçada.
É o mundo que não desbravamos.
É o mundo que não construímos.

two big brown eyes

A gente tá sempre mudando. Todo o tempo. Muda o cabelo, muda a roupa, os gostos musicais, o círculo de amizade, o modo de viver. Isso é bom, sim, claro, mas às vezes faz a gente esquecer de coisas importantes da nossa personalidade.
São detalhes que ajudaram na nossa formação identitária, e com o passar do tempo, na correria, no cotidiano, na chegada de coisas novas, a gente vai colocando de lado sem perceber.
É bom resgatar esses detalhes vez por outra. 
É bom relembrar, de vez em quando, quem a gente é de verdade por baixo de toda essa poeira que pega da rua e esquecer toda a loucura e bagunça que, ocasionalmente, nossa vida pode ter virado.
Uma música, uma foto, uma frase pode trazer à tona tudo aquilo que a gente acha que já passou.
Essa é a nostalgia. Querer voltar no tempo pra viver um pouco mais daquilo. Só um pouquinho.
A nostalgia, hoje, me fez lembrar que eu ainda tenho dois grandes olhos marrons.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

sensação de eternidade

Algumas pessoas nos dão sensação de eternidade. Não é muito fácil explicar, pelo menos para mim, quando alguém te dá a sensação de eterno, de sempre, pra sempre. De imutável, a idéia de algo que é fixo, de que o espírito da relação não muda. De conservação. 
Você só sabe que é.
A sensação de eternidade se faz presente no toque, no olhar, no beijo, no abraço, na conversa boba e na falta de assunto. Na falta de promessas eternas.
Se você sabe, você sente esse eterno, prometer acaba ficando meio estranho, parece falar do óbvio. Jurar amor eterno? Dizer que fica junto pra sempre ou qualquer coisa desse tipo? Não que não seja delicioso vez ou outra externar esse sentimento e verbalizar. Os eternos sabem que estarão juntos, independente de qualquer situação, distância, influência. O que sentem é mais que físico, é algo que não se supera. Estarão juntos. O próximo encontro será confortável, longe de toda aquela estranheza de quando retomamos contato com alguém que a vida tratou de nos afastar. 
A sensação de eternidade, obviamente, não é unilateral. A química de algo assim, é impossível que parta apenas de um só membro da relação. Ela é conjunta. 
É tão difícil explicar o que é a sensação de eternidade sem parecer óbvio, ou redundante, repetitivo e etc. É preciso sentir, e eu espero que você que me lê, um dia encontre alguém que te proporcione isso.
É como nunca morrer dentro de outra pessoa.