sábado, 27 de agosto de 2016

Amor é tudo o que a gente achava que não era e era. É tudo o que a gente achava que não faria a acaba fazendo ou tudo o que a gente achava que faria sim mas não faz nada. É um eterno cuspir pra cima.
É que nem quem não é mãe e diz que quando tiver filho, ele não vai fazer birra no supermarcado.
Meus caros, o amor é o menino birrento no chão do mercado e você olhando de mão na cintura pensando que puta merda não era nada disso que eu tinha planejado.
Tu pensa "bem, vou dar uma mãozinha aqui nesse negócio e só" o amor vem e leva o braço inteiro.
É um aluno de humanas que resolveu que vai desconstruir seus paradigmas.
E tu não vai nem lutar contra, por que vai estar arriada, de perna aberta mesmo e não tá nem aí. Quando vê, já foi.
E aí você é refém de si mesmo, das palavras, das crenças de outrora, de atitudes que jurava poder sustentar. E o cuspe cai no olho. Com um pouco de sorte, só na testa.
Depois desse reboliço do dianho, depois de te desmontar todinho, o amor diz "agora tu se vira".
E aí tu tem que se montar de novo.
Mas sabem aqueles ouriços onde vem as castanhas dentro? Dizem que quando se abre uma daquela, nunca mais fecha igual, nem tirando, nem pondo castanha, nem de jeito nenhum.
Depois do amor, a gente fica feito ouriço de castanha que nunca mais é igual.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Entre um móvel e outro carregado pra fora, sento e tento absorver todos os acontecimentos das últimas semanas. Como tudo chegou a este ponto? Como tanta coisa boa se perdeu e agora é poeira num quarto vazio?
Achei que nada ficaria aqui. Cuidei para que nada ficasse pra trás, me remetendo ao martírio do que é bom e não volta. Eu não saberia lidar.
Onde foi que eu perdi o controle de tanta coisa ao mesmo tempo?
A vida é sacana, o universo não tem pena. Se cada parede dessa falasse, teriam me dito: olha pro chão, seu esforço todinho foi em vão.
Não precisaram dizer.
Um barquinho de papel, escrito teu nome de um lado e o meu do outro, jogado num canto. Como quem diz: aqui afundou.