sexta-feira, 13 de julho de 2018

O pé na cova sempre existiu. Sempre.
Às vezes ele se manifesta de forma branda, no "ô vontade de morrer e ninguém ajuda". Noutras, ele vem latente. Aparece no dirigir, ao visualizar a frente de um caminhão, um poste. No atravessar da rua sem olhar pra lado algum e simplesmente ir.
"Quantos remédios são necessários além do necessário?"
Algumas pessoas adoram dizer que são apaixonadas pela vida. Bem, aqui nunca houve paixão, mas não deixa de existir o medo.
De ceder.
De ouvir a vozinha que ladra "se taca nesse caminhão logo de uma vez. Se poupe, querida. Poupe todos nós. Faça o favor."
Não sei no que eu me agarro. Não consigo determinar um sentimento que possa dizer "é por isso aqui que eu não abro mão de tudo. É por esse motivo que continuo aguentando. É por esse motivo que eu aumento o volume da música sempre que a voz começa."
Mas tem alguma coisa. Ou não teria abandonado o cigarro. Eu só não sei o que é. Mas tem.
Mas eu não sei o que é.

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