É sempre essa janela que me segura.
É nela que me sento. É dela que olho o pedaço de céu, entre o muro e o telhado, e a sombra do gato que passeia por cima do teto dos vizinhos.
É nessa janela que eu viro a noite.
A noite inteira em claro. Tragando vinte cigarros, um atrás do outro, como se me aliviassem tanta angústia.
É nessa janela que eu choro sozinha, quietinha, no breu da casa quieta.
É nessa janela que eu penso e repenso e não penso em porra nenhuma. Não chego a conclusão nenhuma. O medo não vai embora, a aflição não passa, o aperto não diminui.
É daqui dessa janela, onde bate um vento frio de madrugada, que não tem muita coisa que realmente importa, no fim das contas.
Antigo Nem Metade. Se você resolver ler todo o blog e perceber a grande mudança nos textos depois de uma longa pausa na escrita, a razão é que, nesse meio tempo, mudei. É bem simples, na verdade. Não quis me desfazer dos textos antigos por que não quero me desfazer de quem eu fui. Espero que goste, do novo e do velho. Haverá contos, crônicas, poemas, histórias sobre meus gatos e o que mais vier nessa conversa.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
janela
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário