quarta-feira, 3 de abril de 2019

Prestes a tomar um banho, ouvi a água bater no telhado. Sorri traquina.

Sem pensar, nua saí do banheiro e o encontrei no fogão. "Estou fazendo certo?" quis saber, apontando pra panela.

Me aproximei e apaguei o fogo. Puxei pela mão, porta a fora. "Vamos?" eu convidei quase implorando. Talvez nem quisesse, mas acho que não conseguiria me negar, tamanho o brilho que eu sabia que tinha nos olhos.

A água despencava com força, a grama já estava encharcada. Abaixou o short e se igualou comigo. Ambos em pêlos.

"E se chegar alguém?"

Numa euforia completamente infantil, ao som de gargalhadas quase exageradas, corremos pelo quintal; nos banhando na água gelada da chuva; nos divertindo numa biqueira; com os cachorros; propondo uma aposta de corrida; reclamando que correr pelado não era tão confortável assim, mas ainda engraçado.

E toda vez que a água gelada me incomodava um pouco mais, sentia minha pele arrepiada, os pêlos eriçados, os mamilos se encolhendo, eu o abraçava; ainda gargalhando.
O calor do corpo dele provocava um pequeno choque de temperaturas. Como podia continuar ainda tão quente?

A chuva foi diminuindo, até virar um sereno chuvisco. Disse-lhe que há muito não tinha momentos tão divertidos quanto os últimos 20 minutos. Minhas bochechas doíam de tanto rir, meu abdômen também.

"Quero te dar mais disso. Dessa diversão."

Sorri besta entre beijos.
Lavei o barro dos pés e fui pra um banho quente enquanto ele terminava nosso almoço.

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